terça-feira, 10 de dezembro de 2013

BRASIL - Nova expectativa de vida afeta tempo para aposentadoria

O trabalhador brasileiro terá que ficar em média quase cinco meses a mais no batente para se aposentar. A nova tábua de vida do IBGE usada pela Previdência Social para calcular a aposentadoria aumentou a expectativa de vida em média 143 dias (cinco meses). Quem se aposentar a partir deste mês terá uma perda em média de 1,67% no valor do benefício, com a mudança do cálculo do fator previdenciário. Por exemplo: homem com 57 anos de idade e 37 anos de contribuição que ganha R$ 2.000 terá subtraído R$ 27 no valor da aposentadoria.

O cálculo do impacto da nova tábua de vida do IBGE é da Conde Consultoria Atuarial Ltda. Para estimar a perda no valor do benefício previdenciário foi usado o período de idade de concessão das aposentadorias, ou seja, dos 40 até 80 anos. De acordo com Newton Conde, atuário especializado em previdência, quase todas as idades neste intervalo terão o impacto médio de 143 dias e perda de 1,67% no cálculo do benefício. A maior perda de 5,21% entre as expectativas de vida ficou na idade de 79 anos com 180 dias (seis meses).



A diminuição da aposentadoria ocorre porque o fator previdenciário é um redutor que leva em conta a idade e o tempo de contribuição. Quanto maior a expectativa de vida do brasileiro, diminui o valor da aposentadoria porque o INSS pagará o benefício durante período maior. “Não é uma redução tão grande, mas o impacto monetário é maior para quem ganha o teto de R$ 4.159, que terá uma perda de R$ 57 no valor do benefício”, avalia Conde.

Segundo Conde, o trabalhador em condições de se aposentar por tempo de contribuição, que entrou com o pedido de aposentadoria até a última sexta-feira (dia 29), se livrou da mudança da tábua de vida porque pegou o fator previdenciário de 2011. O período de vigência da tabela usada pelo IBGE é de dezembro de um ano a novembro do ano seguinte. A partir de 2 de dezembro, o cálculo do benefício é feito com o novo fator que será aplicado até novembro de 2014.

A alternativa para zerar a perda será trabalhar mais e deixar para pedir a aposentadoria em abril. Conde explica que ao contribuir por mais quatro meses o segurado conseguirá voltar ao nível de benefício que teria em novembro de 2013. Já o advogado Rômulo Saraiva, especialista em previdência, recomenda que os benefíciários que ganham o salário mínimo não adiem a aposentadoria porque eles podem se livrar das perdas provocadas pelo fator previdenciário.

O maior impacto na tábua de vida aconteceu em 2002, porque o IBGE corrigiu algumas estimativas que repercutiram com maior intensidade no fator previdenciário. “Com o ajuste da tábua 2011 ao Censo 2010 reduziu-se o impacto no fator”, diz Conde

FT: ibge

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