Sucesso do atendimento faz proliferar empreendimentos específicos, e setor cresce 12,5%
O que faz com que você pegue o telefone, acesse internet, baixe um aplicativo e peça comida para ser entregue em casa? Seja por comodidade, falta de tempo ou qualquer outro motivo, o setor de delivery e “to go” – quando o consumidor compra um alimento e o consome em outro local, como é o caso do drive thru – encerrou 2015 com faturamento de R$ 9 bilhões. E, mesmo com a crise, conseguiu a proeza de contabilizar R$ 1 bilhão a mais do que no ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Um crescimento de 12,5%. O segmento responde por 6% do mercado de alimentação fora do lar.
O analista de marketing do Sebrae Minas Fábio Petruceli ressalta que os pedidos vêm crescendo continuamente desde o início do serviço de delivery no Brasil, em meados dos anos 80. “Antes, as pizzarias eram as que contavam com o serviço e cobravam caro por ele, quando comparado ao valor do produto. Hoje, todo mundo entrega, a farmácia leva o remédio, a loja entrega a roupa, e a pet shop leva e traz o bichinho de estimação da família”, observa.
Para quem gosta de culinária e está sem tempo de ir ao supermercado comprar os ingredientes ou não quer desperdiçar comprando uma quantidade de produtos que não será usada depois, a opção é o delivery Do Eat, idealizado por Daniel Nogueira, que ingressou no mercado no fim de 2014. O publicitário de formação e apreciador de culinária explica que o consumidor compra a receita com os ingredientes, todos frescos, picados, na quantidade recomendada. “A ideia é que ele seja o chef”, frisa Daniel, cuja empresa está em reformulação no momento. “Voltamos em abril”, diz.
Sem mão de obra. A proprietária da Demae Delivery Sushi, Keiko Tanaka, há dois anos aposta nas entregas. “Não pensei em abrir restaurante. Um dos motivos é a dificuldade de conseguir mão de obra de qualidade para o atendimento”, justifica. Outra diferença na comparação com um restaurante físico é a estrutura mais enxuta.
Perspectiva. Para o presidente executivo da Abrasel, Paulo Solmucci Júnior, a necessidade de reduzir custos no orçamento familiar está ajudando o segmento de delivery a crescer, mesmo com a crise. “Com o orçamento apertado, as pessoas estão fazendo as contas, prestando mais atenção nos gastos. Para sair é necessário gastar com transporte, seja um táxi ou combustível para colocar no carro. E, muitas vezes, ainda tem o estacionamento”, analisa. Ele acrescenta que a favor do segmento ainda tem a comodidade, em especial, nas grandes cidades.
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