Trabalho inédito comprova que onças, em vez de buscarem terra firme na época de cheia, ficam de três a quatro meses por ano sobre as árvores.
Um mundo de água. A expedição do Globo Repórter partiu rumo a Mamirauá. No rio Solimões, uma pequena casa flutuante serviu de base para a equipe. Não há por onde andar. Está tudo alagado e a capacidade de adaptação é o único caminho para a sobrevivência. Homens e animais precisam lidar com os extremos da natureza.
No período de cheias na Amazônia, a água invade a grande floresta ao longo de três, quatro meses, formando os igapós, as florestas de várzea, onde os animais procuram sobreviver no topo das árvores durante a inundação.
Em Mamirauá, a 60 quilômetros da cidade deTefé, no estado do Amazonas, os pesquisadores estudam o comportamento das onças, que passam a viver numa imensidão de mais de 1,1 milhão de hectares de selva inundada. É um trabalho inédito, comprovar que as onças ficam de três a quatro meses sobre as árvores.
“Elas se alimentam, a principal presa são as preguiças, elas se movimentam de uma árvore para outra, elas acasalam , elas se reproduzem”, explica a médica veterinária Louise Maranhão.
Os pesquisadores descobriram que em vez das onças se afastarem, em busca de terra firme, elas ficam por ali mesmo. O monitoramento é feito através do sinal de colares.
“Para colocar o rádio-colar, nós precisamos capturar os animais. Nós fazemos biometria do bicho, exame clínico geral, para saber como é que está a saúde, e fotografamos para fazer a parte de identificação das pintas do indivíduo”, diz Louise.
G1GLOBO
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