quinta-feira, 27 de outubro de 2016

SAÚDE 2016 - Fábrica para produzir 60 milhões de 'Aedes do Bem' é inaugurada em SP

Quantidade será produzida por semana em unidade instalada em Piracicaba. 
Oxitec diz que gastou R$ 20 milhões e que finalidade 'não é comercializar'.



Uma fábrica capaz de produzir 60 milhões de mosquitos geneticamente modificados por semana para combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da zika, dengue e chikungunya, foi inaugurada nesta quarta-feira (26) em Piracicaba (SP). O chamado "Aedes do Bem" é utilizado no município desde julho de 2015 e, segundo Prefeitura e Oxitec, empresa que produz o transgênico, reduziu 91% os casos de dengue no 1º bairro que recebeu os insetos.

Inicialmente, a unidade vai fabricar um terço da capacidade total, aproximadamente 20 milhões de machos modificados por semana. A fábrica tem 5 mil metros quadrados e fica no distrito industrial Unileste. Foram gastos cerca de R$ 20 milhões para construção do local, que amplia em 30 vezes a capacidade de produção da Oxitec, que já tinha sede em Campinas (SP).

Os mosquitos machos transgênicos não picam e não transmitem as doenças. Conforme a empresa, ao serem liberados, eles procuram se reproduzir com fêmeas selvagens do Aedes aegypti. Os filhotes desse cruzamento herdam um gene que faz com que eles morram antes de se tornarem adultos, afirma a Oxitec.

Os descendentes do "Aedes do Bem" também nascem com um "marcador fluorescente" que permite a identificação no laboratório, o que permite rastreamento e monitoramento para avaliação da eficiência do projeto.

Autorização da Anvisa
A empresa obteve aval da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para operar, porque a metodologia foi considerada segura.

A Oxitec não tem autorização para comercializar o "Aedes do Bem". Apesar de ter gasto R$ 20 milhões na fábrica de Piracicaba, o objetivo ainda "não é de comercializar" os mosquitos, segundo Karla Tepedino, coordenadora de produção da empresa.

O contrato para soltura dos insetos transgênicos em bairros de Piracicaba é de R$ 3,7 milhões e, segundo a Oxitec, o projeto também tem caráter experimental e de pesquisa, sem finalidade comercial.

g1.com

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