Em 30 de outubro de 2007, quando o Brasil foi oficialmente designado sede da 20.ª Copa do Mundo de futebol, em um evento cheio de pompa e autoridades na sede da Fifa em Zurique, na Suíça - a delegação brasileira era chefiada pelo então presidente Lula e pelo então presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira -, parecia haver tempo suficiente para preparar a competição, dentro e fora do campo.
Quase sete anos se passaram e, a exatos 100 dias de Brasil e Croácia abrirem a competição no estádio Itaquerão, a Arena Corinthians, em São Paulo, o País vive uma corrida contra o tempo. Há muito o que fazer até o início do Mundial.
Falta, por exemplo, concluir três dos 12 estádios que receberão partidas - considerando-se que a Arena Amazônia, em Manaus, será inaugurada neste domingo - entre eles o palco de abertura, o Itaquerão. Com o cronograma comprometido por um acidente em novembro passado que teve como pior consequência duas mortes de operários, vai ser entregue apenas em 15 de abril - ou 15 de maio, como disse o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, no último final de semana.
Os problemas ultrapassam os limites do campo. Em vários aeroportos as intervenções não ficarão prontas até junho. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, inclusive, já se contenta com a entrega de "boa parte" das obras. O mesmo ocorre com a mobilidade urbana, com apenas meia dúzia dos 41 projetos finalizados. Muita coisa deverá ser concluída em cima da hora; mas parte significativa ficará para o pós-Copa. A estrutura de telecomunicações também preocupa.
No entanto, há fatores positivos. A seleção brasileira mostra-se competitiva, os estádios que já estão em operação são modernos e confortáveis, a procura por ingressos é a maior da história das Copas e algumas intervenções de mobilidade - principalmente as relacionadas com o transporte público - trarão ganho efetivo para a população, consideram especialistas.
Mas, na reta final da preparação, ainda há muito trabalho pela frente para que o Brasil, de fato, realize a "Copa das Copas" como vem pregando a presidente Dilma Rousseff.
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