Confira quais são as principais ocorrências de manutenção desde que o carro é comprado novo, até completar 100.000km:
Até 10.000km
O carro vive sua primeira idade e estreita as relações com seu dono. Neste período será feita a primeira troca do óleo e de seu filtro. Mesmo os fabricantes que recomendam a substituição aos 15.000km sabem (e avisam no manual) que, em caso de uso severo, o serviço deverá ser feito na metade do tempo. Por "uso severo" entenda-se situações como rodar a maior parte do tempo no trânsito pesado, percorrer distâncias curtas que mal dêem para o motor atingir a temperatura ideal de uso e circular por estradas empoeiradas. Ou seja, coisas comuns para a maior parte dos carros. Na revisão, será verificado o básico: luzes, estado das pastilhas de freio, fluidos e possíveis vazamentos. A probabilidade de surgirem defeitos é pequena, salvo em situações como falhas na fabricação ou montagem.
10.000km a 20.000km
A ação dos elementos externos começa a fazer diferença, e os primeiros problemas podem aparecer.
- Recebemos muitas reclamações de proprietários de carros flex que rodam sempre com álcool. O sintoma principal é a perda de rendimento, e na maior parte desses casos há entupimento em algum dos bicos injetores. Em 90% das vezes, a razão é a mesma: uso de combustível adulterado, batizado com água - explica o mecânico Carlos José Andrade, especializado em sistemas de injeção.
É hora de regular os faróis e verificar os freios e a embreagem. É raro que haja problemas com uma quilometragem tão baixa, mas pode ocorrer desgaste precoce devido às condições de uso. Neste intervalo de tempo, poderá ser feito o rodízio dos pneus e, se necessário, o alinhamento e o balanceamento.
20.000km a 40.000km
É o momento de dar uma boa geral no carro, com troca das velas e dos filtros de combustível e ar. Na média, o automóvel estará com pouco mais de um ano de uso, e será preciso substituir as palhetas dos limpadores do para-brisa e o líquido do radiador.
- Quando a mistura de água e aditivo do radiador não é trocada anualmente ou na quilometragem recomendada pelo fabricante, pode haver até formação de uma crosta no interior das mangueiras. isto eleva a pressão no sistema e pode causar entupimentos - diz o mecânico Eduardo Roberto Souza.
Dê uma atenção especial às coifas que recobrem partes da transmissão. Basta uma linha de pipa enrolada à peça para provocar rasgos e deixar expostas partes caras e sensíveis à sujeira, como a junta homocinética.
40.000km a 60.000km
O carro já tem mais de dois anos de uso, passou por diversas trocas de óleo e, pelo menos, três revisões - se tudo seguiu o cronograma pré-determinado. É a idade da razão, quando quem pretende continuar com o carro deverá observar o estado de partes pouco conhecidas, como a válvula termostática. Responsável pelas trocas de água entre o radiador e o motor, esta peça pode apresentar desgaste e travar, principalmente se o proprietário deixar de substituir a água do radiador. Esse é o ciclo natural: uma falha anterior de manutenção cobrará seu preço alguns quilômetros adiante. Na maioria dos carros, será a vez de substituir a correia que aciona o comando de válvulas e também a responsável pelo funcionamento dos periféricos - alternador, bomba d'água, bomba da direção hidráulica e compressor do ar-condicionado.
60.000km a 80.000km
Se o motorista teve a sorte de escapar dos buracos e manteve seus pneus livres de bolhas e rasgos, a vida útil do conjunto estará perto do fim. A suspensão também poderá apresentar problemas, com o desgaste natural dos amortecedores e de seus respectivos batentes. Na revisão, o estado da junta do cabeçote e dos retentores do motor deverá ser visto cuidadosamente, para evitar vazamentos. Mangueiras de combustível também serão alvo de inspeção rigorosa, pois podem ressecar com o tempo e o uso. Até as braçadeiras merecem atenção - e reajustes.
- Se for preciso substituir a junta do cabeçote, é importante optar sempre pelo componente original, recomendado pelo fabricante. Peças de qualidade inferior podem apresentar desgaste precoce ou vedação insuficiente - explica Eduardo.
80.000km a 100.000km
Provavelmente, o carro terá seu segundo dono. Ou então, o primeiro já olha para o automóvel na garagem e pensa em trocá-lo. Em qualquer situação, os cuidados serão os mesmos: repetir boa parte dos procedimentos anteriores de acordo com o intervalo e verificar o comportamento de alguns componentes que ainda são os originais. A bateria estará no fim de sua vida útil. Vale conferir, em uma oficina especializada, como está sua capacidade de armazenar energia. Caso seja preciso trocá-la, opte por uma que tenha as mesmas especificações da original. Falhas no motor podem indicar problema no sensor de oxigênio (sonda lambda). Se aparecerem ruídos oriundos das rodas, os rolamentos devem ser verificados. Nos carros com freios traseiros a tambor, é bom observar o estado das sapatas. Nos dianteiros, vale checar se os discos ainda estão íntegros.
VIA:OGLOBOECONOMIA
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